Caso de Maíra Cardi expõe falhas possíveis no efeito de botox; entenda

Nesta sexta-feira (27), Maíra Cardi relatou que a aplicação de toxina botulínica deixou as sobrancelhas com alturas diferentes, situação exibida em vídeos publicados nas redes sociais com descrição detalhada de como o produto produziu resultados distintos nos dois lados do rosto. As informações são do O Globo.

A influenciadora afirmou: “Não ficou simétrico… Um pegou e o outro não. Aqui tá levantando só essa sobrancelha aqui, aqui tá levantando curvada. Olha que palhaçada. A gente fez o negócio para ficar bonito e ficou feio”. A queixa gerou questionamentos sobre a possibilidade de diferença entre sobrancelhas mesmo após aplicação correta da toxina.

Como a toxina botulínica pode provocar diferenças entre os lados do rosto

A cirurgiã plástica Maiéve Corralo explicou que músculos faciais não apresentam força idêntica e não respondem no mesmo ritmo após a aplicação. Maiéve Corralo esclareceu que “a toxina não paralisa os dois lados ao mesmo tempo. Um lado pode responder em um dia, o outro apenas dois dias depois, e isso gera uma assimetria temporária”.

Segundo Maiéve Corralo, comportamentos adotados logo após o procedimento também podem alterar o efeito final. Atividade física, pressão excessiva na região tratada e deitar na sequência da aplicação podem deslocar a toxina para áreas vizinhas, influenciando o resultado. A especialista destacou que “esses cuidados precisam ser respeitados nas primeiras cinco horas para evitar a dissipação para áreas indesejadas”.

Maiéve Corralo citou ainda pequenos hematomas formados durante a aplicação. Em situações desse tipo, a substância pode ser absorvida de maneira desigual, gerando paralisação mais fraca em pontos específicos.

A cirurgiã informou que a maioria das alterações pode ser ajustada com complementações pontuais, desde que não exista ptose. No entanto, Maiéve Corralo recomenda aguardar até 15 dias para que a toxina atinja efeito completo antes de qualquer nova intervenção.

Há circunstâncias que exigem outra conduta. Quando não ocorre retorno para revisão ou quando o supercílio apresenta queda acentuada, a recomendação é estimular o músculo mais afetado para acelerar a recuperação, sem reforço imediato da toxina.

Sem correção, a diferença tende a desaparecer entre três e seis meses, período máximo de ação da substância. Maiéve Corralo ressaltou a importância de um profissional experiente, afirmando que “as doses aplicadas são mínimas, 0,01 ml a 0,02 ml por ponto, e qualquer variação na distância ou profundidade pode impactar o resultado. Por isso, é essencial que o profissional conheça profundamente a anatomia”.

Maiéve Corralo concluiu que cada tratamento precisa de análise individualizada: “Cada paciente exige um protocolo personalizado. Todos têm pequenas assimetrias naturais, e o papel do profissional é identificar e compensar isso na aplicação.”