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Demissão de Boninho estaria ligada a guerra por poder na Globo, e teria sacramentado o grande campeão
A saída de J.B. Oliveira, o Boninho, da TV Globo, anunciada na última sexta-feira (13 de setembro), estaria ligada a uma longa disputa interna nos bastidores da emissora, que começou em 2018 com a implementação do projeto Uma Só Globo. O objetivo do projeto era unificar diversas operações do canal, visando à redução de custos. Desde então, a emissora passou por mudanças estruturais profundas, que culminaram no fortalecimento de Amauri Soares, atualmente diretor-presidente da Globo.
Amauri Soares, apelidado por alguns nos bastidores de Putin, em referência ao presidente russo Vladimir Putin, teria assumido um papel de destaque e controle cada vez maiores desde que passou a ocupar o cargo de diretor da TV Globo em 2020. A partir desse momento, Soares passou a deter o poder de definir os valores de produção para os programas da emissora, o que gerou tensão, especialmente entre diretores de novelas, como Silvio de Abreu, que acabou deixando a Globo após resistir aos cortes orçamentários impostos. As impressões foram publicadas pelo portal Notícias da TV.
Amauri Soares lideraria a TV Globo com punhos de ferro
Nos últimos anos, a estrutura da Globo foi unificada, incluindo a TV aberta, canais pagos, o Globoplay e outros serviços de streaming, formando uma organização com faturamento anual em torno de R$ 15 bilhões. A partir de 2020, Soares passou a determinar não só o conteúdo que iria ao ar, mas também quanto cada produção poderia gastar. Isso resultou em uma readequação financeira para muitos projetos e programas da casa, impactando diretamente diversas áreas.
Em 2023, Amauri Soares ampliou ainda mais seu poder ao assumir a direção dos Estúdios Globo, substituindo Ricardo Waddington, que, na época, foi anunciado como aposentado. Porém, a imprensa questiona a real motivação da aposentadoria de Waddington, que, com 62 anos de idade e 40 de carreira na Globo, ainda era considerado um dos grandes nomes da casa. A justificativa oficial, assinada por Paulo Marinho, indicava que o diretor queria encerrar seu ciclo após completar quatro décadas de trabalho, mas muitos enxergam a saída como resultado da pressão interna e das mudanças administrativas lideradas por Soares.
Boninho seria o último obstáculo para a consagração do poder de Amauri Soares
Boninho, por sua vez, era considerado o último grande nome do núcleo artístico capaz de rivalizar com Amauri Soares. Embora tenha alcançado enorme sucesso à frente do Big Brother Brasil, sua trajetória nos últimos anos também foi marcada por alguns fracassos, como os programas Tomara que Caia e Pipoca da Ivete. No entanto, o ponto crítico que teria acelerado sua saída foi o desempenho ruim do reality show Estrela da Casa, que registrou índices de audiência extremamente baixos.
De acordo com fontes, o desgaste entre Boninho e a nova gestão teria se intensificado à medida que o diretor artístico enfrentava dificuldades em entregar projetos bem-sucedidos, enquanto Soares consolidava seu domínio sobre as áreas operacionais e criativas da emissora. O fracasso do Estrela da Casa teria sido a gota d’água, levando a emissora a não renovar o contrato de Boninho, que expira no final de 2024.
Nesse sentido, a saída de Boninho supostamente marcaria o fim de uma era na Globo, sendo ele um dos executivos mais antigos e influentes da casa. Com sua saída, Amauri Soares agora se consolidaria como a principal força dentro da emissora, com controle total sobre a programação, os valores de produção e o conteúdo exibido tanto na TV aberta quanto nos canais pagos e plataformas de streaming da Globo.