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Lula rompe o silêncio e entrega detalhes de como perdeu dedo: ‘Esse não precisava ser cortado’

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Durante o lançamento do programa “Agora tem especialista”, nesta sexta-feira, dia 30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relembrou um momento marcante da sua juventude — e usou isso como exemplo pra falar sobre como o atendimento na saúde pública já foi bem mais precário do que é hoje.
Com um certo tom de nostalgia misturado com crítica, Lula contou sobre o acidente que sofreu quando ainda era torneiro mecânico, lá nos anos 60. Segundo ele, se hoje houvesse os recursos e especialistas que o programa pretende oferecer, talvez ele ainda tivesse o dedo mindinho da mão esquerda.
“Eu sou do tempo que… esse dedo aqui não precisava ser cortado,” disse ele, levantando a mão esquerda. “Hoje eu sei que dava pra salvar uma parte. Não precisava arrancar tudo.” Ele falava com simplicidade, mas dava pra sentir que aquilo ainda mexe com ele.
O acidente aconteceu em 1964, quando Lula trabalhava numa metalúrgica no bairro da Vila Carioca, em São Paulo. Uma prensa quebrou durante o expediente e, numa tentativa meio impulsiva de consertar o equipamento com as próprias mãos, ele acabou colocando a mão na máquina e… bem, o resultado todo mundo conhece.
“Cheguei no hospital cheio de graxa, era seis da manhã. O médico só deu uma anestesia ali e pimba, tirou o dedinho fora. Como quem diz: ‘não vai fazer falta’. Mas faz, sim. Um dedo faz falta”, lembrou ele, com uma expressão meio triste, meio conformada.
Essa fala do presidente tocou bastante gente. Porque não foi só sobre um dedo. Foi sobre como trabalhadores eram (e às vezes ainda são) tratados: sem muita explicação, sem opções, sem cuidado. Como se uma parte do corpo fosse descartável, principalmente se fosse de um operário coberto de graxa.
Lula também falou sobre o impacto emocional da amputação. Contou que no começo sentia vergonha de mostrar a mão. Chegou a evitar usar aliança por muitos anos pra que ninguém percebesse o dedo faltando. “Me dava vergonha. Eu escondia. Tinha que me adaptar, sabe?”
E aí veio uma das partes mais humanas do discurso. Ele relembrou, até de forma bem humorada, as dificuldades do dia a dia com a mão diferente. “Eu já contei uma vez: eu tinha dificuldade até pra lavar o rosto. Você enchia a mão d’água, mas quando chegava na cara já tava vazio. Levei tempo pra aprender a posicionar a mão certo, pra conseguir lavar direito.”
Esses relatos não são só memórias pessoais — eles ajudam a reforçar a importância do novo programa anunciado. A proposta do “Agora tem especialista” é justamente levar atendimento mais qualificado e especializado pra regiões onde o SUS ainda deixa a desejar. Pra que histórias como a do dedo de Lula não se repitam mais.
Claro, ainda há muito o que melhorar no sistema público de saúde. E o próprio presidente reconhece isso. Mas esse tipo de programa é um passo. E ao compartilhar sua própria vivência, ele não só cria empatia como também dá um rosto (e um dedo, literalmente) pra discussão.
No fim das contas, foi um discurso simples, direto, com aquele jeito bem característico do Lula: meio improvisado, com erros aqui e ali, mas cheio de verdade. E que, de certa forma, acaba sendo uma lição — sobre resiliência, sobre o valor da saúde e, principalmente, sobre não esquecer de onde se veio.
