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Mãe de Cássia Eller descreve encontros espirituais com a filha
Mais de duas décadas após a morte de Cássia Eller, sua mãe, Dona Nanci, ainda vive com intensidade as memórias e sensações que marcaram o luto. Em entrevista ao podcast JK, ela relembrou um dos episódios mais impactantes: a aparição da filha falecida pouco antes de uma audiência envolvendo o neto, Chico Eller, em 2002.
Segundo Nanci, o encontro aconteceu quando ela estava plenamente acordada. A cantora teria surgido diante dela com uma expressão serena e uma roupa rendada de cor clara, trazendo palavras de encorajamento. “Ela não mexeu com a boca, mas falou: ‘Não se preocupe não, mãezinha, que você vai sair de lá com a vitória. Outra coisa que eu vou te pedir: não fala que morreu 80% da sua vida, não. Porque você tem os outros [filhos]. Pode levantar dessa cama e ficar bem, porque você ainda vai passar por isso mais duas vezes’”, contou, emocionada.
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A mensagem ganhou ainda mais peso nos anos seguintes. A mãe da artista revelou que, depois daquela experiência, perdeu outros dois filhos, somando três ausências devastadoras em sua trajetória familiar. “Até essa época da audiência, ela aparecia sempre pra mim, e eu acordada, não era em sonho, não”, frisou.
Cássia Eller faleceu em dezembro de 2001, aos 39 anos, vítima de um infarto seguido por paradas cardíacas. A cantora deixou o filho, Chico, e sua companheira de longa data, Maria Eugênia, que assumiu a criação do menino.
Nanci também destacou o abalo emocional profundo enfrentado por Maria Eugênia após a perda da companheira. Segundo ela, a vida da viúva de Cássia entrou em colapso. “Ela nunca mais teve ninguém. Você contava os ossos do corpo dela. A vida da Eugênia acabou. Ela nunca mais saiu para ver show, que ela gostava. Eu, não. Eu vou pra samba toda semana, bebo a minha cerveja. Mas eu demorei muito [para seguir minha vida], porque todo mundo falava: ‘enquanto você não ficar bem, ela não vai estar bem”, relatou.
Cássia Eller foi uma das vozes mais intensas e marcantes do rock brasileiro nos anos 1990, eternizada por seu timbre grave e interpretações únicas de clássicos nacionais e internacionais. Transitou entre gêneros como samba, blues e MPB, ganhando notoriedade com versões memoráveis de Renato Russo, Cazuza e Beatles.
A artista faleceu em dezembro de 2001, aos 39 anos, vítima de infarto, deixando um filho, Maria Eugênia, e uma legião de fãs que a consideram uma das maiores vozes da música brasileira.
