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Médica fala sobre situação clínica do ator Lázaro Ramos

Após crise de saúde, Lázaro Ramos reformula rotina
A jornada intensa de Lázaro Ramos ao longo de 2024 culminou em um diagnóstico que o obrigou a desacelerar: Síndrome de Burnout. O ator revelou a condição em outubro, meses após ter sido hospitalizado por um quadro severo de exaustão física e mental.
Na ocasião, foi sua esposa, a também atriz Taís Araújo, quem o levou ao hospital, diante da gravidade dos sintomas. Desde então, Lázaro tem adotado medidas drásticas para preservar sua saúde e evitar novos episódios.
O caso do ator ganhou repercussão e serviu de alerta para o impacto do esgotamento profissional no organismo. A médica Olívia Grimaldi, especialista em medicina integrativa, explica que o Burnout vai além da fadiga emocional.
“Burnout é o colapso do corpo diante de uma sobrecarga prolongada de origem ocupacional. Não se trata de um cansaço comum, e sim de uma exaustão crônica que afeta o eixo hormonal e diversos sistemas fisiológicos”, esclarece Grimaldi.
Segundo ela, o estresse prolongado estimula a produção de cortisol, hormônio que interfere diretamente na atividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. A médica também alerta para impactos na tireoide, com consequências perceptíveis.
“O corpo passa a economizar energia como forma de proteção, resultando em alterações hormonais que afetam até quem mantém hábitos saudáveis”, complementa. Entre os sintomas, estão falhas de memória, baixa concentração e queda no metabolismo.
Após o susto, Lázaro optou por mudanças significativas. A principal delas foi estabelecer limites claros em sua rotina, ajustando horários e prioridades.
“Desliguei o computador às nove da noite, parei de responder mensagens na madrugada, melhorei a alimentação e passei a reconhecer os processos que me adoeciam no dia a dia”, compartilhou.
A experiência do ator evidencia uma realidade que atinge milhares de brasileiros. Dados da International Stress Management Association (ISMA-BR) colocam o Brasil como o segundo país do mundo com mais casos de Burnout, atrás apenas do Japão.
Em 2024, o Ministério da Previdência Social registrou mais de 500 mil afastamentos por doenças mentais associadas ao ambiente de trabalho, como ansiedade, depressão e estresse crônico. Os números reforçam a urgência de medidas preventivas e de apoio à saúde mental no país.
A repercussão do caso de Lázaro Ramos também colaborou para ampliar a discussão sobre o tema fora dos círculos médicos. Cada vez mais, profissionais de diferentes setores se veem obrigados a repensar seu equilíbrio entre produtividade e bem-estar.
Para Grimaldi, a história do ator é uma oportunidade de conscientização coletiva. “É importante entender que o Burnout não escolhe profissão ou estilo de vida. Ele pode atingir qualquer pessoa exposta a pressões contínuas sem tempo adequado de recuperação”, diz.
