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O samba chora: ícone do Fundo de Quintal se despede

O samba perdeu um de seus grandes nomes. Bira Presidente morreu às 23h55 do último sábado (14), no Hospital da Unimed Ferj, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A informação foi confirmada na madrugada deste domingo.
Nascido Ubirajara Félix do Nascimento, ele cresceu em Ramos, Zona Norte do Rio, onde fundou o Cacique de Ramos. O bloco se transformou em um dos principais centros culturais do samba. Foi ali que Bira ajudou a transformar simples encontros entre amigos em um movimento musical que mudaria o ritmo do país.
Do subúrbio ao estrelato: a revolução do Fundo de Quintal
No fim dos anos 1970, das rodas do Cacique, nasceu o Fundo de Quintal. Bira, com seu pandeiro inconfundível, foi um dos fundadores do grupo que inovou ao incorporar instrumentos como tantã, repique de mão e banjo. A nova sonoridade encantou Beth Carvalho, que levou o grupo ao estúdio e ao estrelato. A partir dali, o samba de raiz ganhou nova linguagem.
Bira, com sua levada sincopada e presença marcante, se tornou referência. Tocou com nomes como Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Emílio Santiago e tantos outros. Participou de gravações históricas e ajudou a eternizar sucessos como O Show Tem Que Continuar e A Amizade. Sua forma de tocar pandeiro virou escola e influenciou gerações.
Despedida de um nome essencial do samba
Nos últimos anos, Bira enfrentava problemas de saúde, incluindo Alzheimer e um câncer de próstata. Mesmo afastado dos palcos, seguia sendo lembrado com carinho por sambistas e fãs. Deixa duas filhas, netos, uma bisneta e um legado que atravessa gerações.
