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‘Omisso e covarde’: há 10 anos, Guilherme Fontes, o Alexandre de A Viagem, detonou Gilberto Gil

Em 1995, Guilherme Fontes, então no auge da fama após viver Alexandre em A Viagem, decidiu se lançar como diretor de cinema. Seu projeto era ambicioso: adaptar a biografia Chatô, o Rei do Brasil, de Fernando Morais, para as telonas. Com apoio das leis de incentivo à cultura, ele captou R$ 8,6 milhões em tempo recorde. Tudo indicava que o galã da TV estava prestes a repetir o sucesso, agora por trás das câmeras.
Mas o que parecia um passo ousado se transformou em um longo pesadelo. A produção, prevista para 1997, se arrastou por quase vinte anos. Fontes enfrentou acusações de má gestão de recursos públicos, foi condenado a devolver milhões e viu sua imagem pública se deteriorar. O filme virou sinônimo de escândalo e desperdício, e sua carreira como ator perdeu força.
A acusação contra Gilberto Gil
Em 2015, prestes a lançar o longa, Guilherme Fontes deu uma entrevista polêmica à revista Playboy. Entre críticas a colegas e autoridades, revelou frustração com Gilberto Gil, ex-Ministro da Cultura. Segundo ele, o cantor poderia ter ajudado a destravar o projeto, mas preferiu o silêncio. A decepção era ainda maior por conta da relação pessoal entre os dois. Preta Gil, filha do músico, chegou a trabalhar no início da produção.
O ator relatou um episódio marcante: ao visitar o ministério, ouviu de um assessor que o projeto jamais deveria ter sido aprovado. A resposta foi imediata e ríspida. Para ele, aquele momento selou seu destino e o colocou em uma suposta lista negra da Ancine, o que dificultou ainda mais a captação de recursos.
Quando o silêncio vira acusação
Apesar de tudo, Chatô – O Rei do Brasil foi lançado em novembro de 2015. O filme dividiu opiniões e teve desempenho modesto nos cinemas, mas para Guilherme Fontes, o simples fato de vê-lo pronto já era uma vitória. E foi nesse contexto que disparou a frase que marcou sua mágoa: “O Gil foi omisso e covarde comigo.”
