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Antes de brilhar em “Vale Tudo”, atriz da Globo se sustentava como ambulante
Em seu primeiro papel no horário nobre da Globo, Letícia Vieira interpreta Gilda no remake do novelão “Vale Tudo”. Na ficção, vive uma moradora de comunidade que não teve muitas chances, encontrando uma nova perspectiva de vida através da personagem de Taís Araújo (Raquel), e começa a trabalhar com ela comercializando sanduíches em uma praia do Rio. Curiosamente, a trajetória da famosa carrega alguns aspectos da história da moça humilde, na superprodução das 9. A jovem atriz também já foi ambulante e abriu o coração sobre as dificuldades que enfrentou.
“Eu acho que a grande mensagem que a novela quer passar com a Gilda é que toda e qualquer pessoa precisa de uma oportunidade. Eu já fui a Gilda e já tive muitas “Raqueis” que me deram oportunidades. A oportunidade mudou a vida da Gilda e mudou a minha vida. Venho de uma família muito simples, muito pobre. Lá em casa nunca existiu essa possibilidade de ser artista. Apesar de o meu pai ter uma alma de artista, apesar de eu ter visto um artista por natureza em casa, ninguém tinha essa ambição de ser alguma coisa”, disparou Letícia para Anna Luiza Santiago, do Play, coluna do O Globo.
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“Meu pai era açougueiro e a minha mãe é dona de casa. Então, eu cresci para ter um trabalho mais comum, para trabalhar em mercado, por exemplo. Eu nunca tinha imaginado ser atriz. Era uma realidade muito distante. Ser atriz é um sonho que eu não pude sonhar. Eu já trabalhei em muitas coisas: já fui ambulante, já trabalhei numa clínica médica como estagiária, já fui caixa de loja”, entregou Vieira. A contratada da emissora carioca foi descoberta no Instagram por uma colaboradora da Globo, que trabalha como produtora de elenco.
Nascida em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, a artista posteriormente foi morar na favela da Rocinha. Quando abordada pela profissional, não acreditou, instruindo-a a fazer o cadastro no canal. Relembrando o serviço no comércio de rua, contou: “Eu comecei a vender balinha de coco porque a minha irmã do meio também vendia. Pedi para trabalhar com ela. Eu tinha uns 15 anos e ia vendendo balinha com ela no bairro. Passaram-se alguns anos, e, com 18 ou 19 anos, eu fui para a praia vender sacolé”.
“Claro que eu passei perrengue. Não era confortável andar do Leblon ao Arpoador vendendo e vendo meninas da minha idade entrando na faculdade. Eu me comparava muito, mas eu também tinha muito orgulho de mim. Eu me sentia com uma responsabilidade boa, sentia que estava recebendo o fruto do meu trabalho. Eu trocava com todas as pessoas na praia: pessoas ricas, pobres, brancos, negros, indígenas, todo mundo está ali. Foi o maior aprendizado da minha vida, porque eu aprendi a lidar com gente. E isso me ajudou muito no meu trabalho. Com pouca idade, eu tive muitas experiências muito boas e muito ruins. Isso me ajudou muito a construir as personagens”, finalizou a Gilda de “Vale Tudo”.
