Notícias
Circulação do vírus Mayaro em humanos é confirmada no PR; sintomas são piores do que dengue

A circulação do vírus foi confirmada em humanos e os sintomas são aparentemente piores do que a dengue. Mais detalhes.
Um estudo conduzido pelo Instituto de Biologia da Unicamp revelou a circulação do vírus mayaro entre residentes do estado de Roraima, representando uma descoberta significativa no campo da saúde pública.
A pesquisa, liderada pela bióloga Julia Forato como parte de seu mestrado em Genética e Biologia Molecular, analisou 822 amostras de pacientes com febre entre 2018 e 2021, identificando a presença do vírus em 3,4% delas.
Os sintomas causados pela infecção pelo vírus mayaro podem se assemelhar aos de outras arboviroses, como dengue e chikungunya, incluindo febre aguda, dores no corpo, fadiga, artralgia e inchaço nas articulações.
No entanto, o mayaro é caracterizado por uma intensidade maior desses sintomas, com dores musculares e articulares mais intensas. Por este motivo, pode ser confudido com a dengue.
Uma descoberta alarmante da pesquisa foi a possibilidade de transmissão urbana do vírus, sugerindo que moradores de áreas urbanas foram infectados sem relatar atividades em áreas de mata.
O vetor do vírus mayaro é o mosquito Haemagogus janthinomys, uma espécie silvestre também responsável pela disseminação da febre amarela.
Embora ainda não exista imunização ou tratamento específico para a doença, a identificação precoce e a conscientização sobre os sintomas diferenciadores do mayaro são essenciais para evitar sua propagação e prevenir complicações graves.
No Brasil, o vírus já teve registros em regiões como Pará, Norte e Centro-Oeste. Além disso, mamíferos, inclusive humanos, já foram apontados como hospedeiros do vírus.
De acordo com o estudo, a disseminação do vírus está relacionada com o desiquilibrio ambiental, causado por queimadas, desmatamento e exploração ilegal.
