Depois do ocorrido em Êta Mundo Melhor!, Globo é acusada duramente por racismo

Uma cena exibida na novela Êta Mundo Melhor! causou indignação entre entidades que representam os povos ciganos no Brasil. A polêmica surgiu após a personagem Carmem (Cristiane Amorim), uma cigana, ser mostrada entregando um bebê à golpista Zulma (Heloisa Périssé).

A comunidade cigana reagiu com veemência, acusando a Globo de reforçar estereótipos racistas e exigindo providências imediatas. Até o momento, a emissora não se pronunciou oficialmente.

Críticas contra cena polêmica na Globo

Organizações como o Urban Nômades Brasil, Instituto Cigano do Brasil (ICB), International Romani Union Brasil (IRU) e Associação Mayle Sara Kali Brasil (AMSK) se manifestaram publicamente nas redes sociais. As entidades denunciaram que a trama de Walcyr Carrasco e Mauro Wilson perpetua um imaginário nocivo e ultrapassado sobre os povos ciganos, especialmente ao associá-los a práticas como o tráfico ou a venda de crianças.

Em um comunicado intitulado “Anticiganismo é racismo, e a Globo precisa responder“, as organizações direcionaram críticas à sociedade brasileira, ao Ministério da Igualdade Racial (MIR) e à emissora.

Elas destacaram que a representação exibida não é apenas ofensiva, mas perigosa, por reforçar preconceitos que historicamente resultaram em exclusão, perseguição e invisibilidade social para os ciganos.

Imagem de ciganos passada na Globo é repudiada

As instituições destacaram que nunca roubaram crianças e repudiaram a imagem exótica e vilanesca frequentemente atribuída ao seu povo na ficção. Exigiram respeito, inclusão nas narrativas televisivas e o fim da romantização do sofrimento cigano como forma de entretenimento.

Ao final do manifesto, pediram uma retratação pública da Globo, ações concretas do MIR e uma mudança de postura urgente no modo como os ciganos são retratados na dramaturgia brasileira. Para elas, chegou o momento de romper com o racismo étnico-cultural disfarçado de ficção.