Ex-BBB Hariany dá detalhes de assédio sofrido em Londres: “minha reação foi correr”

“Eu estava com a minha irmã em um parque, no Parque Lewisham, quando dois caras começaram a nos encarar de uma maneira altamente intimidadora. Quando a gente foi sair do parque, já com medo, um deles veio de novo em direção à gente, pra saída do parque, e ele simplesmente abaixou as calças e mostrou tudo pra gente. Ele estava literalmente com tudo para fora de uma forma extremamente abusiva. Saímos correndo, com medo. Eu não queria ver aquilo, não queria ver ele pelado, não queria ver aquela cena, me senti violada. Me assusta porque a cidade estava cheia e com vários policiais ao redor do parque, helicópteros sobrevoavam a região, mas nada foi o suficiente para intimidar eles. Fiquei ainda mais preocupada, com muito medo, porque ali sempre tem muito idoso, criança, muitas pessoas indefesas,” explicou.

A experiência traumática não ficou apenas no momento do ocorrido. Hariany explicou que, mesmo em um país considerado uma referência mundial em proteção, ela e sua irmã permaneceram vulneráveis. “Eu não levo minha vida como um conto de fadas, aqui é conto de vida real mesmo, eu fui assediada na Europa onde muita gente acha que é um continente super tranquilo, mas nós, mulheres, somos vítimas e estamos vulneráveis ao assédio em qualquer lugar do mundo. Eu ainda estou assustada, enojada, evito pensar, mas sinto que precisava fazer esse alerta, até porque a delegada que conheci me falou que isso é extremamente ‘normal’ por aqui, a delegada ainda falou que casos de estupro também são extremamente recorrentes, não deveria ser normal em nenhum lugar do mundo.”

Hariany destacou a importância de se discutir abertamente esses casos para proteção das mulheres. “Nunca pensei que poderia passar por um assédio, e com certeza, foi uma das piores coisas que já me aconteceu. Eu sai literalmente correndo com minha irmã para entrar no carro, só queria sair daquela cena,” concluiu.

Hariany Almeida reforçou que decidiu expor a situação para alertar outras mulheres, para que todas estejam atentas, denunciem e não se calem diante de qualquer forma de violência ou assédio.

“Eu poderia ficar calada e guardar esse trauma pra mim, mas as redes sociais também devem servir para alertar casos como esses e se eu tenho essa vitrine ao meu favor, que todos de fato saibam a realidade triste em que vivemos”, conta a empresária.

“Confesso que em um primeiro momento, eu vi, minha única reação foi correr para o carro, fiquei totalmente em choque, sem reação alguma. Levei essa dor para casa, não consegui denunciar no dia porque realmente fiquei muito abalada, mas agora, vou atrás de realizar essa denúncia, conversei com uma menina que conheci aqui e ela me sinalizou que ainda posso realizar a denúncia, soube também que quando esses abusadores são pegos, quanto maior a quantidade de denúncias contra eles, mais tempo de pena pegam, espero que ele seja pego para que isso não se repita com mais ninguém da parte dele, vou denunciar com toda a esperança de ter um aumento de segurança nos parques municipais”, declarou.

“Acho importante trazer também que nem mesmo nos lugares que achamos que são de lazer, relaxamento, não temos segurança, temos que estar sempre atentas porque o perigo pode estar em qualquer lugar. Além da minha preocupação com nossos corpos, me preocupo com as mães que frequentam o parque e levam seus filhos e filhas, crianças indefesas que podem passar por algo desse tipo, infelizmente a nossa realidade é triste demais no mundo todo. Muitos idosos também frequentam o parque e ainda assim, tem esses maníacos.” Finaliza Hariany.