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Grupo Raça Negra sofre grande perda e fãs estão desolados

Músico foi encontrado desacordado no meio da rua.
Edson Bernardo de Lima, conhecido como Café, ex-integrante do grupo Raça Negra, faleceu aos 69 anos após ser encontrado desacordado em uma rua da zona leste de São Paulo.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, Café foi localizado na calçada no último domingo (1º/6) e levado inicialmente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Carrão.
Posteriormente, foi transferido para o Hospital Municipal do Tatuapé, onde não resistiu e veio a falecer. O corpo foi reconhecido por familiares no Instituto Médico Legal (IML) da capital paulista.
Café teve uma trajetória marcada tanto pelo sucesso musical quanto por grandes dificuldades pessoais. Durante o auge do Raça Negra, ele atuava como violonista da banda.
No entanto, sua carreira nos palcos foi interrompida após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), que resultou na perda dos movimentos dos braços. A partir desse momento, sua vida mudou drasticamente.
Sem poder tocar, Café se afastou da música e acabou entrando em um ciclo de dependência química. Morou nas ruas por mais de uma década, principalmente no Rio de Janeiro, onde passou a se sustentar como guardador de veículos.
Mesmo tendo passado por algumas tentativas de reabilitação e sendo acolhido por familiares e fãs em determinados períodos, as recaídas foram frequentes. Em entrevistas passadas, o músico chegou a admitir que viver nas ruas o colocava em constante vulnerabilidade, dificultando qualquer tentativa de recuperação.
Em uma declaração feita em 2020, já vivendo novamente nas ruas, Café relatou que preferia trabalhar cuidando de carros a ficar parado, pois o ócio o levava de volta ao uso de drogas.
Segundo ele, dar “um rolezinho” e ganhar um dinheiro ajudava a evitar a permanência nas áreas mais críticas da cidade, como a Cracolândia. Nos últimos anos, mesmo enfrentando inúmeras dificuldades, ainda recebia o carinho de fãs, incluindo uma mulher que o acolheu em São Paulo e tentava ajudá-lo a se reerguer.
A morte de Edson Café encerra de forma trágica a história de um músico talentoso que, embora tenha enfrentado duras batalhas, permanece na memória de muitos pelo legado deixado no cenário do samba e do pagode nacional.
