Jovem que quase perdeu a vida após cheirar pimenta vem sendo atacada de maneira vil na redes sociais

Ataques de ódio nas redes sociais podem ser considerados crimes.

Thais Medeiros, a jovem que teve uma reação alérgica grave ao cheirar pimenta durante um almoço em família, foi alvo de ataques em uma rede social por meio de um perfil falso. Na mensagem compartilhada pela mãe da jovem, a conta alega erroneamente que Thais teve um mal-estar devido ao uso de drogas.

“É incrível como uma pessoa sem caráter se esconde atrás de um perfil falso para querer difamar uma pessoa que está sem condição de se defender”, desabafou Adriana Medeiros, mãe da jovem que esteve entre a vida e a morte.

Neste domingo (19), Adriana afirmou que está em busca de identificar a pessoa por trás do perfil falso e pretende tomar medidas legais. O portal G1 consultou o advogado Hebert Valentim, que esclareceu quais crimes e penalidades a pessoa responsável pelos ataques à jovem poderá enfrentar, caso seja identificada.

Ainda de acordo com advogado, nestes casos são considerados atos criminosos:

• Falsidade ideológica – Criação de um perfil falso;
• Injúria – Considerada como ofensa subjetiva;
• Difamação – Também considerada pela Justiça como ofensa subjetiva.

Hebert explicou que há distinções entre a injúria e a difamação. Na injúria, a pessoa agredida percebe a situação como ofensiva, sentindo sua honra prejudicada. Já na difamação, qualquer observador do caso, ou a sociedade em geral, interpreta como uma afronta.

O advogado destacou que o campo jurídico enfrenta desafios ao lidar com crimes no ambiente virtual, sendo esse um tema objeto de debates na área. O especialista ressaltou que há certa complexidade em tipificar o delito e em penalizar os responsáveis.

Relembre o caso que viralizou em todo o Brasil

Thais deslocou-se da cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás para Anápolis com o intuito de visitar seu namorado na época. Durante um almoço na cozinha, ela e a família dele discutiam sobre o preparo de pimentas, algo com o qual a mãe dele estava habituada a lidar.

A mãe de Matheus, Sandra, relatou que todos estavam discutindo sobre pimentas, momento em que ela pegou o vidro de pimenta e, em sequência, cheiraram a filha, o marido e Thais.

“Ela não experimentou, apenas cheirou. Assim que ela cheirou a pimenta, imediatamente disse que estava sentindo coceira na garganta. Deixei meu prato e a segui. Não se passaram 3 minutos”, explicou.

Thais foi rapidamente conduzida à Santa Casa de Anápolis e, posteriormente, transferida para Goiânia. A jovem sofreu danos cerebrais devido à reação alérgica intensa.